sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Grande Muralha

Este era um dos sonhos das nossas vidas, um dia conhecer a Grande Muralha da China, uma das 7 maravilhas do mundo! Histórias e mais histórias eram ouvidas a respeito dela e que era a única construção humana que poderia ser vista do espaço, com seus milhares de quilômetros que serpenteiam por desertos, colinas e planícies! Pertencemos àquele grupo de pessoas curiosas, que tem que ir lá para ver, tocar e sentir o cheiro do lugar, e finalmente esse dia chegou!

A Grande Muralha é o resultado da unificação de diversas muralhas que cercavam vários reinos da China Imperial que brigaram entre si por séculos. Foi na dinastia Ming que se realizou a unificação da China e que também unificou as muralhas para transformá-la numa grande fortificação inexpugnável na defesa do território contra os povos do norte, os mongóis e os manchus. A estratégia da muralha foi a de se estender pelo divisor de água de uma seqüência de cadeias de montanhas, cuja parte mais alta está voltada para o lado do possível invasor. Entretanto, nunca imaginei o quanto era difícil chegar ao topo daquela muralha!

Perto de Beijing existem três trechos abertos à visitação. Somente alguns trechos foram totalmente restaurados. Como não sabíamos qual deles era o mais belo ou mais significativo, contratamos uma excursão para aquele que era o mais visitado, porque incluía uma visita aos túmulos Ming.

A distância de Beijing à muralha é de aproximados 120 quilômetros que imaginamos ficar a duas horas de carro de lá. Portanto, nosso microônibus saindo às 8 horas da manhã, chegaria lá por volta das 10 horas. À hora combinada nosso guia apareceu no hotel e fomos os primeiros a entrar no pequeno ônibus. A partir daí começamos as dificuldades para escalar a muralha:

Peregrinação por diversos hotéis para embarque dos hóspedes que estariam na mesma excursão, até completar a lotação, cerca de 1 hora depois.

Iniciada a viagem, paramos numa grande oficina de lapidação de jade nos arredores,para assistir o processo com uma guia local explicando sobre os diversos tipos da pedra e técnicas, passando por uma grande galeria com grandes esculturas entalhadas em vários tons de jade, e na saída, a passagem obrigatória na loja para comprar algum souvenir. As peças são lindas, esculturas belíssimas, mas além de serem pesadíssimas o preço também era pesado!


Seguimos mais um pouco a viagem e chegamos num pátio murado, para visitação ao túmulo Ming. O local é interessante, com muitas explicações do nosso guia, com direito a uma passagem pelo portão com um obstáculo tipo bandeira de porta ao nível do chão, no qual todos os visitantes tinham que dar um pulinho e gritinho significando que um dia voltaremos àquele lugar.

Quando se fala em túmulo não se tem a noção de que se trata de uma grande área com jardins e grandes edificações que lembram palácios, sustentadas por colunas de cedro, com 13 metros para sustentar o telhado, elaborado só com encaixes em madeira, além de todos os detalhes de pinturas em cores no forro. Além da estátua do Imperador Yongle, que supervisionou a construção da Cidade Proibida, o museu nos surpreende pelas belas peças usadas pelos imperadores, adornos, vestes e coroas, em destaque uma coroa em filigrana de ouro com dois dragões!

Seguimos viagem e finalmente a muralha com centenas de turistas ao mesmo tempo, um sol e calor de rachar os miolos e uma fome danada! Quando olhamos a quantidade de turistas naquele vai e vem naquela escadaria íngreme e o tanto que teríamos de subir, nos sentimos como os mongóis, que se aventuraram um dia para vencer aquela fortaleza, e com um detalhe, só tínhamos uma hora e meia para cumprir aquela missão! Diante daquele desafio e da beleza que é a muralha, esquecemos tudo e fomos em frente, ou melhor, acima! Os degraus são de variadas alturas e temos que vencer não só a escalada como o vai e vem de turistas, principalmente os brancos, mais lentos e alguns obesos, que estão rosados e suados! Os chineses também sobem com suas pernas curtas mas ligeiros como formigas!

Finalmente a Muralha da China foi conquistada por nós quando chegamos a torre de observação e lembramos de um provérbio chinês que diz: VOCÊ SÓ SERÁ UM HOMEM COMPLETO SE UM DIA SUBIR A MURALHA DA CHINA.

Eu realmente me senti um homem completo ao contemplar aquela maravilha serpenteando as montanhas com algumas ameias que interrompem o ritmo que a muralha desenvolve. Fotos e mais fotos, filmagens e comentários de admiração para aquele feito do povo chinês. Quem teve a capacidade de construir tão grande obra, poderia com facilidade reconstruir o país da forma como eles estão fazendo!

Hora de voltar e encarar um novo desafio, sob um calor causticante: descer os degraus da muralha...ou melhor desescalar, isso mesmo...cada degrau é diferente do outro e alguns chegam a uns 40 cm de altura! Sendo os chineses de porte baixo, o cara que ia ficar de guarda nas torres vigias deveria ser alguém que estava passando por algum castigo. Nossas pernas ainda tremiam do esforço quando chegamos ao ponto de encontro para seguir de ônibus até o restaurante, roxos de fome e de sede!

Nossa visita à Muralha foi inesquecível mas se alguém tiver em grupo, o melhor é dividir um táxi e chegar lá bem cedo para desfrutar mais da visita, sem a correria e a visita obrigatória a diversas lojas, sem aviso prévio pelos guias.

Da mesma maneira como foi a ida, o retorno não poderia deixar de passar por alguns locais de visitação totalmente desnecessários. Já que estamos lá, apreciamos a confecção de peças em closonné, uma técnica elaborada em peças de latão, onde os desenhos são contornados por um fio metálico delicamente colado e depois habilmente pintados com tinta e queimadas no forno à lenha. Peças maravilhosas que vão desde jarros de dois metros de altura a pequenas peças para elaboração de bijuterias. Na saída, claro, uma loja imensa com milhares de peças. Paramos para admirar as pinturas em papel de arroz e depois recortes de desenhos em papel, uma técnica que exige além de muita habilidade e a paciência de chinês!

Passamos na avenida onde o Estádio Ninho de Pássaro e o Cubo Dágua foram construídos, mas sem direito a parada, pois não permitem a visitação. Tempo só de registrar em foto aquelas construções que o mundo irá admirar nas olimpíadas.

Depois de duas visitações a lojas sem aviso prévio, outra novidade do nosso guia: paramos na famosa casa de chá do Dr. Tea, onde belas garotas vestidas em trajes tradicionais fazem demonstrações das várias maneiras de tomar o chá de variadas origens de plantas, com direito a degustação e aulas de como posicionar os dedos da mão que difere dos homens com os dedos para dentro e para as mulheres com os dedos mindim e anular para fora, além dos diversos e divertidos sons para sorver a preciosidade, de acordo com o tipo de chá. Os preços são caríssimos, uma caixinha mais simples, em torno de R$ 100,00!

Finalmente nosso hotel! Precisamos descansar nossos pés que estão reclamando! Estávamos extenuados mas com o sabor da vitória: alcançamos o topo da Grande Muralha da China e, se puder, um dia requeremos retornar lá!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Beijing - Passeio no Parque e Cidade Proibida

Acordamos com a luminosidade na janela e nos arrumamos para o café da manhã. Quando chegamos na recepção, descobrimos que o restaurante não havia sido aberto pois eram 6:15hs. Acredito que foi a primeira vez que acordei bem disposta tão cedo!

Aproveitamos para dar um passeio no Parque Jing Shang Qian, que abre às 7 da manhã. Ele é contornado por um grande muro e do lado de fora ouvíamos um grito agudo e constante de um homem, mais parecido com um desabafo ou melhor dizendo "como botar os bichos prá fora".

Pagamos um ingresso simbólico na belíssima entrada. Dezenas de senhoras e senhores de terceira idade apresentavam suas carteirinhas e num passo ligeiro saíam em caminhada pelas alamedas e recantos ou subindo os caminhos que levam ao alto da colina. Numa praça várias pessoas fazem exercícios de alongamento, Chi Qung, enquanto alguns praticam sozinhos as séries do Tai Chi, outros ensinam como fazer massagens.

Em outra praça, dezenas de pessoas dançam ao som de uma música chinesa que lembra uma marcha marcial. Um senhor caminha de ré, a passos largos, enquanto outro vestido com luvas tipo boxe, anda como um chimpanzé. Em um refúgio, dois músicos tocam instrumentos chineses e um senhor, bastante idoso, canta uma música que lembra uma ópera chinesa...Cada um faz o que quer e ninguém se importa se há gritos, cantos e sussurros ou se abraçam árvores. Tudo é válido em busca do equilíbrio mental e da saúde

Não resistimos e fizemos alguns exercícios de Tai Chi. Ao final, uma senhora me convidou para sentar ao seu lado e numa comunicação sem palavras, expressava seu contentamento por estarmos ali ao tempo que gesticulava mostrando o cabelo, a face e os olhos, numa referência a nossa diferença de traços físicos. Nada como a linguagem universal do sorriso!

Subimos o caminho que leva ao templo, no alto da colina do parque. É admirável a disposição das pessoas idosas que caminham eretas e, com passos seguros, chegam ao topo da colina sem ofegar! Do alto avistamos a Cidade Proibida, no meio da neblina e da poluição de Pequim.


Dez horas! Atravessamos a avenida e fomos comprar os tickets para visitar a Cidade Proibida. Alugamos um guia com versão em espanhol e iniciamos a visitação atravessando a Porta Shenwu, onde fica o pátio interno e palácios impressionantes pelos detalhes arquitetônicos. O jardim imperial nos encanta pelas árvores seculares, pelas formações em pedras e esculturas. São vários pátios internos e palácios menores, muito juntos, que serviam de residência para as concubinas imperiais e que hoje servem como museus de pintura, jade, esmaltados e antiguidade.

Há uma série de palácios: Palácio da Pureza Celestial, Palácio da Tranquilidade Terrena, Palácio da Eterna Harmonia, Palácio da Longevidade Tranquila e inúmeros Halls, também com nomes interessantes: Hall da Supremacia Imperial, Hall do Refinamento Mental Hall da Paz Imperial e Hall da União. Cada construção tinham funções específicas para o imperador ou as imperatrizes, hoje contém um arranjo de utensílios e móveis usados à época.


As Portas, que na realidade não são portas mas imensos salões que passaram a ser ocupados para banquetes ou usados para ocasiões especiais e celebrações, tem escadarias em mármore, com uma rampa central esculpida com dragões. Era reservada para uso exclusivo do imperador. As esculturas de dois leões guardam a entrada dos salões e uma escultura de uma tartaruga, símbolo da longevidade, que também marca sua presença no pátio. Calderões enormes de bronze se destacam no pátio. O interessante é que tinham a função de guardar água para casos de incêndio.

Foram mais de 3 horas em visitação caminhando no sentido sul. Que sorte termos optado pela entrada norte. Como a Cidade Imperial é enorme, na metade da visitação já começamos a encontrar com as excursões e no final eram milhares de pessoas e o calor abafado começou a pegar. Hora de almoçar e buscar uma sombra!

Pegamos o metrô na Praça Tian'an Men, onde fica o mausoléu do Mao Tsé Tung. Uma aventura considerando que tivemos que comprar o ticket na máquina que aceitava cédulas e sem saber como era o esquema... mas conseguimos e fomos para a rua Wangfujing Dajie pois precisamos de um lugar com ar condicionado para aliviar o calor e descansar. Nada melhor que um shopping para almoçar. Bem, esse assunto sobre nossa alimentação merece um item à parte... Nosso dia já está completo o que vimos hoje é para se lembrar para o resto de nossos dias! Mais um sonho realizado!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Beijing - tradição X modernidade

Pequim (ou Beijing) é uma das maiores cidades do mundo, com mais de 14 milhões de habitantes. Com a proximidade das Olimpíadas a cidade passou por uma ampla reforma e está toda estruturada, com avenidas bem sinalizadas com placas em mandarim e inglês, ao lado de jardins floridos onde descansam pessoas de todas as faixas etárias, se protegendo do calor e do trânsito maluco, contrastando com os guardas que tentam disciplinar a disputa entre carros, bicicletas e o pedestre.


Nosso primeiro impacto foi logo na chegada, quando deparamos com o belíssimo aeroporto, não só pela arquitetura mas pelo bom gosto no acabamento e iluminação, além de uma escultura de dragões, símbolos do poder, que imponentemente dá uma amostra do que nos espera do lado de fora. Constatamos que escolhemos o momento oportuno de visitar esse país, que quer mostrar ao mundo que tradição e tecnologia convivem muito bem!


Começamos nosso passeio ao final da tarde. O Hotel Redwall fica a uma quadra dos portões da parte norte da Cidade Proibida, que é o complexo arquitetônico mais grandioso da China. Para se ter uma noção possui cinco palácios, várias torres e vários halls. Foi sede do império de 1279 a 1368 pelas dinastias Ming e Qing e sua construção só terminou em 1420. Fica situada bem no centro, de onde partem enormes avenidas com edifícios modernos.


Quando viramos o quarteirão, avistamos o grande muro com suas torres de vigilância, ladeado por um fosso que mais parece um rio, onde alguns chineses tentam pegar algum peixinho...Cena interessante considerando a grande e movimentada avenida que separa a Cidade Proibida do Parque Jin Shan, do outro lado da rua.


Caminhamos em direção a principal avenida de compras, a Wangfuging Dajie, cheias de lojas de departamento e shopping centers enormes como o Sung Dong Plaza, que exibia um grande painel em néon passando imagens de vários países. Compramos nossos tênis para garantir nossa caminhada amanhã cedo e saimos em busca de um jantar.


Que tal conhecer o famoso mercado noturno, tão badalado pelas excentricidades que oferecem? Numa avenida perpendicular à Wangfuging dezenas de barracas e um mundo de gente circulando...Do milho verde, que tivemos coragem de comer, ofereciam espetinhos de bicho da seda, moluscos, lulas, camarões, carnes vermelhas não identificadas, legumes, frutas e massas. Que exótico! Foi quando vimos vários espetinhos de cavalo marinho e um rapaz nos falou em inglês que o vendedor estava dizendo que era afrodisíaco! Comentamos sobre tal fato quando ele nos disse: Vocês são brasileiros? Eu também! Muito engraçado encontrar um conterrâneo ali, naquele momento!


Mesmo dispostos a experimentar o novo, pensando melhor, que tal jantarmos no restaurante ao lado do mercado, com um cardápio com figurinhas dos pratos e traduzidos em inglês? Optamos por brócolis, arroz com legumes e tomamos uma cerveja chinesa, por sinal muito boa! Melhor não comermos nada que um dia se moveu sozinho!

domingo, 10 de agosto de 2008

Viagem para Pequim - o dia mais longo que vivemos!


Sabíamos que a viagem do Brasil até a China, numa só etapa, traria alguns problemas com a adaptação ao fuso horário. São onze horas de diferença e provavelmente os primeiros dias seriam bem difíceis para aproveitarmos bem os locais que desejávamos conhecer. Considerando que já havíamos passado por experiência semelhante quando viajamos sem escala para Singapura e ficamos trocando o dia pela noite por alguns dias.

Decidimos então que faríamos uma pequena parada em Dusseldorf, para uma primeira adaptação às 5 horas de diferença de fuso para a Europa e às 6 horas restantes seriam mais fáceis para o organismo adaptar-se. Assim, entre nossa chegada a Dusseldorf e saída para Pequim tivemos 2 dias e meio para isso.


Nosso vôo para Pequim previa uma troca de avião em Paris. Entre o desembarque de Dusseldorf às 14:30 hs e o novo embarque rumo à China, previsto para as 18:00 horas, tivemos tempo livre para circular pelo FreeShopping e comprar um livro excelente sobre Saint Petersburg, que será nosso guia por lá.

Estão previstas 9 horas de vôo para uma distância de 8200 quilômetros até Pequim! Até então, acreditávamos que a rota Paris/Pequim era no sentido no sentido oeste/leste, mas o avião assim que decolou rumou para o norte. Acompanhávamos o vôo pela tela instalada em frente à nossa poltrona.


O avião cruzou a Alemanha e seguiu pela Scandinávia até Saint Petersburg, quando mudou de rota para o leste. Ainda víamos o sol quando passamos mais ao norte na direção de Moscou e já era onze horas da noite, no horário de Paris. A aeromoça pediu que todos baixassem as cortinas das janelas para escurecer o interior do avião, pois o horário do local de destino já marcava cinco horas da manhã.


Meia noite resolvi trocar a hora do meu relógio para o horário de Pequim. Levantei a cortina da janela do avião e pude ver a claridade no horizonte como se ainda fosse escurecer . Fiquei observando até que o sol começou a aparecer em frente enquanto cruzávamos os Montes Urais.


Mesmo com a venda nos olhos, não conseguimos dormir. Chegamos meio zonzos quando saímos no Hall do aeroporto e fomos abordados por uma senhora que nos ofereceu um taxi por RMB 400,00 ( equivalente a R$100,00 aproximadamente). Diante da insistência dispensamos a oferta e procuramos o serviço de informação turística. Compramos o traslado por RMB 300,00 e a garota nos levou até a garagem. De repente surgiu o taxi: um AUDI com bancos de couro branco, motorista uniformizado e de luvas... O sono já está nos pegando, não havia como recusar aquele serviço e procurar preço mais barato, porque só depois descobrimos que o valor daquela corrida era de apenas RMB 150,00!


Chegamos no hotel ao meio dia. Depois de uma ducha, deitamos para um cochilo e acordamos 3 horas depois! Saímos para passear nas proximidades da Cidade Proibida. Ainda estava claro às dez horas da noite quando entramos num restaurante para jantar. Foi quando resolvemos fazer as contas do tempo que ficamos sem ver a noite: Havíamos acordado às seis da manhã em Dusseldorf e até meia noite o sol ainda estava aparecendo nos Montes Urais, o que representa 18 horas de sol. Como o sol se pôs somente às 10 da noite em Pequim, mais 16 horas de sol, no total tivemos um dia de 34 horas, sem ver a noite. Isso é que é um looongo dia!!!

Dia de verão em Dusseldorf

Acordamos com as malas na porta do quarto! Ufa!!! Nada como uma noite bem dormida, roupa limpa e a tranqüilidade de estar com a bagagem completa! Nossa viagem para a China é daqui a dois dias e já estávamos preocupados das malas não aparecerem antes disso. De acordo com nossa programação, quando voltarmos de Beijing, embarcaremos no dia seguinte pela manhã para Berlim e, no nosso retorno, vamos pegar o carro alugado, buscar os meninos no aeroporto e seguir viagem. Melhor sabermos onde é a SIXT, a locadora do veículo, e verificar o melhor caminho para descermos rumo a Colônia, que fica aproximadamente a 50 quilômetros de Dusseldorf.

Fomos até a estação “Hauptbahnhof”, e verificamos com a locadora a possibilidade de pegar o carro no aeroporto. Tudo bem, desde que se pague uma taxa de 10% sobre o preço do aluguel do carro, sem choro e nem vela! Melhor nos organizarmos para sair da estação mesmo!





Mais tranqüilos, fomos curtir o belo dia de verão na cidade antiga. Passamos pelo mercado ao ar livre na praça. Verduras, furtas e legumes são dispostos como numa boutique, tudo muito limpo e organizado e de excelente qualidade! Vários quiosques oferecem almoço e cerveja, claro! De lá fomos caminhando por várias ruas de pedestres, sempre lotadas, com suas mesas fixadas na altura apropriada para se tomar um choop em pé. Na beira do rio Reno, o pessoal toma sol como lagartixas preguiçosas, aproveitando a temporada de curto prazo do verão! Chama a nossa atenção como a juventude bebe e fuma muito em contraposição aos desportistas e ciclistas em todo lugar!


Descobrimos um parque bem arborizado, o “hofgarten”, com lago e vista da torre, muitos pássaros e patos, um refúgio do calor e do burburinho do centro. Depois do descanso, continuamos nossa caminhada em direção a torre, que estava fechada para visitação. Fomos em direção a prédios famosos pela sua arquitetura moderna e extravagante, próximos à marina. Na enseada muita movimentação na construção do hotel Hyatt, um projeto grandioso, num ponto estratégico! Nossas pernas já estão cansadas e voltar para o centro, só de táxi!

Depois do almoço tardio, aproveitamos para passear nos shoppings da rua Shadow. A maioria das lojas está em liquidação de 70%. Tentador! Compramos duas calças na SPRIT e duas capas de chuva pois estamos preocupados com a possibilidade de chuvas na China.

Acessamos a internet num Café próximo ao hotel para darmos notícias da nossa chegada e saber das novidades no Brasil. Voltamos caminhando para o hotel. Zico e eu estamos com dores nos pés de tanto caminharmos, de sapato e sandália. Já era esperado pois sem tênis não é brincadeira ficar 10 horas circulando por ai...Dormimos relativamente cedo, pois amanhã é nossa viagem para Beijing.

Gostamos muito de Dusseldorf, da estrutura da cidade, do sistema de transporte maravilhoso e da cidade antiga totalmente restaurada e bem frequentada, convivendo harmoniosamente com a cidade nova. Uma boa cidade para se viver, com qualidade de vida!

Alguns preços em euros:

Hotel Residenz – (***) – com elevador e um bom café da manhã: 52,00/casal
Banheiro - 0,50 a 1,00
Internet - 2 /hora
Ônibus - 2,10
Cafezinho- 2,00
Sorvete - 2,00
Táxi (10m.) - 7,00

sábado, 9 de agosto de 2008

Nosso Destino: Dusseldorf, na Alemanha

Malas prontas, passaportes com os vistos para China e Rússia, seguro viagem e pastas com os comprovantes das reservas dos hotéis, das passagens aéreas, aluguel do carro e os roteiros, cuidadosamente guardados! Muita ginástica para levarmos somente o necessário e não faltar algum item imprescindível! Peso final: 16 quilos em cada mala, além de uma mochila com os equipamentos de fotografia e filmadora. Acredito que conseguimos! Como é usual as bagagens não chegarem com a gente, fotografamos as malas para facilitar sua descrição, se necessário.

Mariana, Filipe e Gabi nos levaram ao aeroporto de Brasília. Embarcamos às 14:45hs para o Rio de Janeiro, conexão em Paris, destino final: Dusseldorf. Chegamos no Galeão às 16:30hs onde fizemos o check in e fomos à Receita Federal para declarar a filmadora e as lentes. D. Ana, Ivan e Concita nos aguardavam. Momento de descontração e de colocar a conversa em dia. Nosso embarque ocorreu às 19:35 hs. Hora de relaxar depois de tanta correria!

A Air France oferece alguns confortos e mimos que amenizam as longas horas de vôo. Uma grande lista de filmes para assistir, jogos e o acompanhamento da posição do vôo, projetadas na poltrona da frente. Assistimos a uns três filmes, jogos de paciência e muita circulação até o fundo do avião, onde oferecem sucos, champagne, vinhos, picolé e sanduiches. Ajudam a passar o tempo e a não travar os joelhos, dobrados durante horas! Chegamos em Paris às 11 horas ( + 5 horas de fuso horário), no Terminal E do Aeroporto Charles de Gaulle. Tempo frio e nublado, 14 graus, avisa o comandante.

Passamos pelo controle de imigração e curiosamente só olharam nossos passaportes mas não os carimbaram! Ainda perguntamos ao policial sobre o visto de entrada mas nos mandaram seguir adiante! Fomos rapidamente para o Terminal F, embarcamos às 13:50 hs para Dusseldorf e finalmente chegamos às 14:40hs. Tempo bom, céu azul, temperatura amena. E as nossa malas? Não chegaram! Quando a última mala foi retirada da esteira um funcionário do aeroporto nos procurou e nos levou direto ao setor de registros de bagagens extraviadas. É a eficiência alemã! Nenhuma surpresa considerando o pouco tempo entre a chegada em Paris e saída para Dusseldorf em outro terminal. Ninguém no controle de imigração para verificar nossos passaportes. Tomara que não venhamos a ter problemas com isso!

Sem as malas, pegamos um ônibus para o centro da cidade. O motorista não nos cobrou a passagem, acredito que não tinha troco e também porque não passamos pela roleta, entramos pela porta do meio! Comunicamos à recepcionista do Hotel Residenz sobre nossas bagagens e saímos para conhecer a cidade.











Estamos próximos à cidade antiga, chamada de "Alt-Stadt" e, aproveitando a tarde de sol, fomos caminhando até a Konigsalle, a famosa avenida com suas lojas de grifes, lojas sofisticadas e de gente bem vestida. Um canal corta a avenida, ladeado por árvores frondosas. Muito agradável! Fomos caminhando até a cidade antiga, cheias bares, restaurantes, mesinhas nas calçadas e muita gente bebendo copos de meio litro de cerveja! Saúde!!!

Caminhamos à beira do Rio Reno. Uma bela vista da torre, das pontes e de centenas de jovens alegres e animados, muitos vestidos e com os cabelos pintados com as cores da bandeira alemã. Descobrimos que é dia de jogo de futebol e todos estão eufóricos! Foi um passeio ótimo para descontrair mas a canseira começou a pegar... Hora de voltar para o hotel e descansar. Até a meia noite, nenhuma notícia das malas. O jeito é improvisar até amanhã!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Viagem à China, Leste Europeu, Rota Romântica e dos Alpes na Alemanha, e Russia

Nosso projeto para viajar em junho e julho deste ano iniciou em abril, quando começamos a preparar o roteiro, para conhecer a China, alguns países do leste europeu e a Rússia.

Esta foi uma viagem especial para comemoração de 30 anos de casados! Por isso, convidamos nossos filhos para participarem desse momento pois queríamos estar juntos no dia desse evento, 22 de julho. Assim, o planejamento teria que ser bem elaborado considerando que os nossos parceiros de viagem por 18 dias: nossa filha, nosso filho e a namorada, além de fazer coincidir as férias deles no trabalho com o período do nosso roteiro pela Europa.

Nossa meta: viajarmos para conhecer algumas cidades da China primeiro, voltar à Europa e encontrar os filhos que viriam de Paris e, a partir da Alemanha, seguir em um carro alugado rumo à Croácia, via Alemanha, República Tcheca, Áustria, Eslováquia, Hungria e retornando pela Eslovênia para fazer a Estrada dos Alpes e a Rota Romântica na Alemanha até Dusseldorf. Dalí, os "meninos" voltariam para o Brasil e seguiríamos para Saint Petersburg, na Rússia.

A etapa mais trabalhosa foi a de identificar o melhor ponto para ir e vir da Europa, pesquisando as companhias aéreas que voam para a China e para Saint Petersburg, e o melhor local para alugar um carro e depois devolvê-lo, sem grande perda de tempo e de longos deslocamentos.

Dusseldorf foi a cidade escolhida, pois de lá partem vôos para quase toda parte do mundo, pela Air Berlim, e o preço da passagem para a China pela Air France, acreditem, era mais barata saindo de lá via Paris, que partindo direto de Paris!!!

A grande aliada e conselheira foi a internet, que nos permitiu inúmeras simulações e avaliações do custo benefício e de montar uma planilha com uma projeção dos nossos dispêndios. Compramos todas as passagens aéreas, alugamos o carro e reservamos hotéis para quase todo o período, também pela internet. Somente na etapa pela rota romântica deixamos para procurar acomodação na chegada às cidades para termos mais flexibilidade e pela proximidade das cidades na Alemanha, permitindo ficar ou seguir adiante, dependendo do grau de interesse.

Viajamos dia 15 de junho e retornamos em 31 de julho, num total de 45 dias fabulosos. Os meninos foram dia 04 de julho e retornaram dia 26 de julho. Muitas surpresas, alguns sufocos, mas nada que tirasse o brilho da viagem e que nos fizesse arrepender de alguma coisa.

A partir de então, narraremos nossas experiências e aventuras, que foram resumidas em um diário de bolso. Escrever cada dia da viagem, rever os filmes e fotos (foram mais de 3 mil...) será uma forma de reviver essa bela experiência. Esperamos que curtam conosco esse blog e que nossas dicas possam auxiliar os futuros viajantes.

Aproveitamos para agradecer a alegre e harmoniosa convivência em tempo quase integral com eles, parte dentro de um carro que, por mais confortável que fosse, não é fácil três passageiros atrás! Aprendemos um pouco mais de cada um e nos divertimos muito como há muitos anos não acontecia! Uma oportunidade ímpar, nesse mundo onde todos têm pouco tempo, quando os filhos crescem e ficam cheios de compromissos. Obrigada à vida, que nos têm presenteado com agradáveis e inesquecíveis momentos!