quinta-feira, 15 de outubro de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

Xangai - Torre Pearl , Casa de Chá, Pudong

27 /junho/2008

Acordamos tarde! 9 horas! Lá fora uma chuva fina. Com este tempo decidimos não ir mais a Sushou, a veneza chinesa. Tomamos um iogurte numa lojinha enquanto a chuva foi engrossando e nossas capas tiveram que ser complementadas por uma sombrinha. O trenzinho tem facilitado o traslado em toda a avenida. Fomos para o Shangai Museum. Chegamos ensopados do joelho para baixo! O museu é maravilhoso tanto pela arquitetura, um prédio moderno, quanto pelo seu acervo com cerâmicas, esculturas, pinturas, moedas e roupas típicas regionais. Surpreendente!

Com tanta chuva, fomos comprar nossas encomendas e presentes. A boutique da SPIRIT é excelente. Novamente a Nanjing road...a loja que tem inúmeras tendas no subsolo é uma loucura. O assédio dos vendedores é tanto que a gente não tem sossego para escolher. Tem relógios originais maravilhosos misturados com cópias, bolsas e badulaques de toda a espécie! Uma loucura irresistível!Com tanta oferta a gente fica sem saber o que comprar...

Xangai - People Square e Nanjing Road

26/junho/2008

Check out no Holiday inn. Pegamos um taxi para o Hotel Embasssador e resolvemos nos aventurar a andar de metrô, para irmos a um shopping de eletrônicos. Pegamos a linha vermelha e tivemos que pedir ajuda para comprar os tickets pois as máquinas estavam com informações em mandarim!
Depois de 5 estações descemos e já estávamos numa galeria com várias bancas vendendo eletrônicos. A escada rolante nos leva direto ao shopping. São 6 andares só com equipamentos de informática, câmeras, telões, projetores, laptops e todo tipo de acessório que nem se pode imaginar! Zico foi ao delírio! Depois de muitas explicações, conseguimos encontrar a encomenda do Filipe, um Pen Tablet, que custou RMB 1800,00. Lá só se paga em cash e foi uma novela fazer o câmbio em um banco. Zico desapareceu por uma hora e fiquei preocupada com o sumiço dele, acompanhado por um chinês que trabalhava na loja. Felizmente eles voltaram e deu tudo certo!

Almoçamos na praça da alimentação que fica no subsolo. São vários restaurantes self services. A mímica e o dedão apontando para os pratos tem funcionado muito bem! Voltamos às lojas para baixar as fotos pois as duas memórias já lotaram. O preço que iniciou em RMB 300, variou para RMB 600, foi quando já desesperançada, descobri no primeiro andar uma loja que gravou três CD´s com as fotos por RMB 75. Não é fácil negociar com eles e estas tentativas de nos levar o dinheiro aborrece. Apesar disto, foram 6 horas dentro do shopping que valeram a pena.

A volta de metrô foi tranquila. Exaustos de tanto andar, sentamos na praça do povo "People Square" e novamente fomos abordados por jovens que tentam se passar por amigos e pesquisam sobre a estada em Xangai, roteiros, tempo de permanência e oferecem para nos levar de carro a algum passeio e convidam para um chá... Apontam para um belíssimo prédio e dizem que lá tem um festival interessante e mais uma vez lembramos do golpe em turistas que um brasileiro nos contou em Pequim. Eles consomem e fazem acordo com os bares e restaurantes, que apresentam contas absurdas como se grupos de pessoas que lá estivessem fossem bancadas pelo turista. Com o olhar mais aguçado é fácil identificá-los na praça, pelo comportamento de aproximação aos turistas que estão fora de grupos de excursão e uma certa flu~encia em inglês.

Do outro lado da praça, na calçada, uma banda com Sax e teclado toca músicas dos anos 60 e város idosos dançam animadamente sob o olhar dos curiosos. Filmamos e fomos mais uma vez ver o por-de-sol à margem do rio e curtir a vista da torre. Noite linda, colorida pelos neons das lojas e com milhares de pessoas passeando pela Nanjing road.

Xangai - Bund

25/junho/2008

O café da manhã é um verdadeiro almoço com legumes, macarrão, um creme de arroz cozido sem tempero, peixe, camarão seco, melão, chá, inclusive pão integral e fibras, uma novidade pois os hotéis não tem o hábito de servir pão. Apesar da bela estrutura do hotel decidimos mudar para o Bund, pois é lá que a cidade acontece!

O trânsito é intenso e o tempo nublado com uma garoa nos remete à São Paulo, mas de repente os prédios com arquitetura futurista vão surgindo no meio de construções antigas do período da dominação francesa e começamos a conhecer a verdadeira face de Shangai, vista nos postais.

Carros, motos e um sem fim de bicicletas, que à primeira vista parece uma confusão, se ordenam e ninguém buzina ou incomoda o pedestre.À nossa frente um senhor que carregava seis grandes vasos de plantas em uma bicicleta deixa a pirâmide desmoronar no meio da rua e calmamente vai repondo as plantas...Tudo nos deixa atentos e nos diverte!

Descobrimos o Hotel Embassador, um prédio construído em 1911, no antigo quarteirão dos Bancos da cidade, voltado para o Pudong, numa rua paralela a Nanjing Road e com a vista para a torre Oriental Pearl! Melhor lugar não poderia ser!Fizemos a reserva e fomos conhecer a avenida principal de Shangai, a bela Nanjing que é passeio de pedestres, servida por trenzinhos elétricos, mais uma atração daquele belíssimo espaço, cheio de shoppings fantásticos, centenas de boutiques e lojas com seus letreiros luminosos, além de vendedores que nos assediam pela rua para nos levar até a lojas, oferecendo nos relógios, camisetas, óculos e tudo o que a China produz em badulaques! Decidimos que o primeiro dia era somente para apreçar e que as compras ficariam para o dia seguinte.

Ao final da tarde, fomos para o Pudong, no final da avenida, para ver o por do sol, na margem do rio. Os prédios se transformam em grandes painéis de luzes em neon e o visual é um show de cores e luzes! Barcos iluminados passeiam pelo rio contribuindo para o espetáculo. É indescritível a beleza da variação das cores e reflexos na água. Emocionante!

Xangai - Cadê nosso hotel?!?!

24/junho/2008

Viajantes independentes passam por diferentes dificuldades, mas superá-las faz parte do roteiro e no final felizmente tudo dá certo. Elas ocorrem normalmente quando estamos viajando em regiões ou países onde a língua e o alfabeto não são nossos conhecidos, e os gestos passam a fazer parte de um código de comunicação universal. Assim, se a pessoa está com fome, sede ou sono e com dinheiro no bolso, a situação fica mais fácil de ser resolvida com os tais gestos, mas nada disso resolveu nosso primeiro desafio na chegada em Xangai, quando ficamos totalmente no mato sem cachorro.

Como nosso vôo pela AirChina saiu às 7:30hs de Xían para Xangai, deve ter sido o mais tranqüilo que já fizemos na vida, nenhum balanço do avião enquanto estávamos no ar, decolagem e pouso suaves. Aliás, viajamos em três companhias aéreas diferentes na China e todas com aviões novos e bom atendimento tanto em terra, quanto a bordo, superando todas as nossas expectativas.

Chegamos ao aeroporto de Xangai tinhamos um grande desafio: tentar alterar o sobrenome do Zico na passagem que emiti pela Shangai Air Line, via internet, com o meu sobrenome...Depois de Zico tentar convencer a garota do balcão e não obter sucesso, argumentei que se olho no olho não conseguíamos nos entender quem dirá por telefone com a empresa de turismo que emitiu a passagem, proposta que ela nos sugeria e que eu havia tentado por email e não deu certo,pois queriam que eu cancelasse e fizesse nova emissão,com multas e taxas adicionais. A garota entendeu meu apelo e, com pena de nós, pediu que esperássemos...Somente às 3 da tarde nos comunicou que conseguiu que fosse alterada, sem cancelar, o que evitou um custo de mais US$200,00, 25% do preço da passagem.Ufa!!!

Pegamos o ônibus n° 2 que nos deixou no terminal de passageiros do aeroporto no centro da cidade, depois de mais de uma hora de traslado. A distância era enorme e dava-nos a impressão de que aquele ônibus iria cruzar toda Xangai. Passamos por inúmeras avenidas, viadutos, ruas, prédios enormes de um lado e outro, trânsito pesado, mas tudo era novidade e nos encantávamos com as inúmeras construções! Finalmente o ônibus entrou num grande estacionamento sob um edifício, numa rua cheia de hotéis, numa região da antiga concessão francesa. Agora era só tomar um táxi até o hotel. Tudo muito simples e fácil!

Nosso mapa indicava que o Hotel Holiday In, onde ficaríamos hospedados nos dois primeiros dias, ficava no Bund (concessão inglesa e americana). Ele estava ali por perto, conforme havíamos visto no mapa. Normalmente, em qualquer lugar do mundo que receba turista de montão os taxistas falam alguma coisa em inglês. Sendo Xangai uma cidade internacional e pela sua história, deveriam falar alguma coisa de inglês, porque ela foi dividida em concessões no século 19 (inglesa, francesa, americana e japonesa) após a guerra da Inglaterra com a China. Era natural de se supor que o básico do inglês fosse conhecido.

Este tipo de pensamento foi um grande equívoco porque todos naquele pedaço da cidade só falavam chinês e quando tentávamos falar com algum taxista para tentar entabular algum diálogo ele falava alto, gesticulava e arrancava o carro, deixando-nos a ver navios, ou melhor, a traseira do táxi se afastando... Mostrávamos um mapa indicando o local do hotel, de nada adiantava porque não estava escrito em mandarim. A recusa para a corrida era sempre da mesma forma. Entramos e saímos de dois táxis, com bagagem e tudo. Nossa situação era patética, estávamos numa encruzilhada sem saber que rumo tomar, isto era literal. Parados no meio de um cruzamento com trânsito congestionado em todas as direções, as bagagens na mão também pesavam muito, apesar do rodízio das malas, e aguardando aquela guarda de trânsito conduzindo um cruzamento com seis pistas e administrando os sinais.

Fizemos uma abordagem infeliz àquela mulher, quando lhes mostramos o cartão e ela não deu a menor importância. Avistamos um carro de polícia parado do outro lado da rua , tentamos nos explicar com um policial que não falava inglês, que chamou alguém para ajudar, que também não falava, e que procurou um terceiro que falava muito mal e nos informou que o hotel era distante dali, e demonstrava com as mãos o que era uma distância pequena entre elas e afastava uma da outra para dar-nos a idéia de quanto estava longe o hotel e começamos a rir porque parecia o tamanho da trolha que nos aguardava.

Vendo que pouco adiantaria a informação da polícia e que Zico já tinha perdido o humor e estava ficando estressado, vi uma garota dentro de uma vídeolocadora onde trabalhava com seu pai. Mostrei o voucher do hotel, e pedi que ligasse para o hotel e nos ajudasse a pegar um táxi. A filha que entendia o básico de inglês serviu de intérprete para o pai que depois de um longo diálogo que me pareceu uma eternidade com alguém do hotel, em tons de voz alterados que me levavam a uma grande insegurança, que nos pareceram uma eternidade, para entender onde era a localização que alguém do outro lado da linha tentava explicar. Fiquei tão agradecida àquela garota miúda e tímida, que não exitei em tirar minha pulseira e dar-lhe de presente com um beijo na bochecha. A menina não entendeu nada e quase a matei de susto com minha reação!

O pai da garota chamou um táxi e explicou nosso drama e quando terminou toda a longa explicação, chamou o motorista e falou a palavra mágica, PUTU!!!. Eu imaginei que estava explicando meu estado emocional, mas pela expressão do motorista vi que não era isto e conforme nos explicou a moça da loja de vídeo, era o bairro onde ficava o hotel. Em seguida mostrou a direção a seguir, era a luz no final do túnel!
O percurso era longo. Tome de avenida, passa canal, outra avenida, viadutos, quando cruzamos uma ponte e o motorista, querendo ser simpático e para se justificar falava a todo instante que era PUTÚ, até que no meio do viaduto ele gritou triunfante PUTÚÚÚÚÚÚÚ! e apontou para a esquerda onde estava a placa do Holiday In.
Esta rede de hotéis é bastante conhecida no mundo e só depois de estarmos hospedados, relatando o ocorrido ao recepcionista, ele nos explicou que o hotel havia sido inaugurado há bem pouco tempo e por isso era ainda pouco conhecido dos taxistas e para evitar futuros embaraços, ele nos forneceu vários cartões com o endereço e mapa com a localização do hotel no PUTUO (nome correto do bairro para nós).

O prédio do hotel era uma construção moderna e ficava em frente a um rio, o Ribeirão Suzhou, afluente do Huangpu, que estavam sendo dragado e a murada nas laterais restauradas. Ao longo dele vários prédios modernos estavam em construção e parecia que todo o Putuo havia sido demolido para reconstrução e modernização de Xangai e nem os taxistas conheciam aquele novo bairro. O hotel fica a 35 minutos de taxi até o BUN e de metrô são 5 estaçoes até a universidade, pela linha verde e ainda tem de pegar um taxi até o hotel!

Estávamos tão exaustos da viagem e daquele sufoco para encontrar o hotel e regularizar a passagem. Optamos por relaxar e descansar aquele resto de tarde e à noite, para evitar qualquer contratempo que ainda poderia acontecer à noite.

segunda-feira, 30 de março de 2009

X ían e os Guerreiros de Terracota

Xían - por Ezequiel

Nossa ida a X’ian teve dois principais objetivos: conhecer uma cidade que foi por 4.000 anos a capital da China e o mais importante ponto de saída do oriente para a Rota da Seda, um caminho que ligava a China ao império romano no ocidente. O outro era visitar o museu onde se encontram as estátuas de terracota que formam o grande exército do imperador Quin Shi Huangdi. Ele foi um soberano despótico que unificou a China cerca de 200 A.C e tornou-se o primeiro imperador da dinastia Qin.

Nossa impressão sobre X’ian foi de espanto e surpresa! Uma cidade moderna e agitada com um comércio intenso, milhares de jovens trançando num frenesi pela rua principal de lojas de moda,e em contrapartida, a cidade tem uma grande muralha intacta, com 14 quilômetros de extensão cercando todo o centro da cidade e um grande Bairro mulçumano com sua mesquita gigantesca. É curioso a quantidade de chineses mulçumanos fazendo suas orações. Aquela cidade foi um ponto de encontro de várias religiões e o islamismo prevaleceu entre tantas crenças novas que tentaram se fixar em X’ian.
Naquela manhã decidimos que tomaríamos um ônibus circular comum para irmos até o museu, num percurso de aproximadamente 30 Km. Apesar das dificuldades do idioma aquela foi uma das tarefas mais fáceis de empreender, porque o ponto do ônibus ficava bem próximo a nosso hotel e foi só cruzarmos a muralha que envolve a cidade para ficarmos diante de uma grande confusão que era a estação de trem e rodoviária da cidade.
Naquele momento tivemos a impressão que nossa experiência de viagem independente pela China não seria um bicho de sete cabeças, sabíamos como encontrar um hotel, como nos alimentar e já era possível respirarmos aliviados quanto à nossa segurança, porque em nenhum momento sentimo-nos tolhidos no ir e vir e nem tínhamos a sensação de insegurança, – pelo contrário, estávamos totalmente e à vontade com a simpatia e cortesia dos chineses.

O sítio onde foram encontrados os Guerreiros de terracota fica fora da cidade de X´ian. O ônibus com destino ao Museu partia a cada meia hora, com ar condicionado e só admitia pessoas sentadas, o que foi um alívio depois de termos passado por uma experiência em um ônibus urbano, não pelo desconforto, mas pela maneira como funciona o trânsito na cidade... Uma coisa de maluco para nossos padrões ou até mesmo porque em Brasília não temos o hábito de andar em transportes públicos.

Nossa presença no ônibus, como de hábito, chamava a atenção de todos, porque, exceto alguns gatos pingados louros e de olhos azuis, éramos os únicos ocidentais morenos, diferentes do que os chineses estavam acostumados a encontrar.
Havia até uma rodomoça que arrastava um inglês e ficou encantada com o livro que tínhamos à mão. Uma publicação da Folha de São Paulo com muitas ilustrações, que ela demonstrava o maior interesse todas as vezes que passava por nós, que estávamos sentados na primeira fila de poltronas. Perguntei-lhe se gostaria de dar uma olhada nas fotos para demonstrar nossa simpatia e aproveitar para fazermos uma aproximação com alguém que poderia nos prestar alguma ajuda se fosse necessária, como de fato ocorreu.

Depois de folhear com intensa curiosidade o livro e ver detidamente as fotos sobre os guerreiros de terracota, ela nos informou que nunca tinha visto um livro com tanta ilustração e pela primeira vez viu tantas fotos sobre o exército de terracota, apesar de fazer diariamente o trajeto e o ponto final do seu ônibus ser exatamente em frente ao museu, nunca o havia visitado.Também nos disse que era a primeira vez que via um livro com tanta fotografia sobre a China e ficou muito agradecida por termos lhe mostrado aquele livro. Aquela revelação deu-nos a impressão de que ainda era um resquício das proibições do Partido Comunista quanto a leitura de algum livro diferente das publicações do regime. Aproveitamos o momento para tirar nossa dúvida quanto ao retorno à cidade que era para nós uma grande incógnita. Ela indicou-nos o local da nossa descida e onde poderíamos tomar o ônibus para a volta, o que nos trouxe uma grande tranqüilidade.

O calor naquele dia estava de cozinhar os miolos e depois de passar pela portaria do museu, deparamo-nos com quatro grandes construções, distantes uma das outras que deveríamos percorre a pé, mas estávamos lá para que?
O museu é um patrimônio da humanidade, pertence à UNESCO e está muito bem instalado, lembrando um pouco a Disney na entrada, e no interior, a organização é também primorosa e cuidada com muito esmero. Incluindo aí o ar condicionado central em cada galpão (trincheira) que nos fez esquecer o calor que existia do lado de fora. São três trincheiras e um salão de exposição. A trincheira número um, a mais importante delas, contém a infantaria com mais de 6.000 guerreiros prontos para o combate; na de número 2 fica a cavalaria e soldados e na terceira, ainda não totalmente escavada, fica o comando.

O trabalho de restauração requer um cuidado minucioso na junção dos fragmentos, um verdadeiro quebra cabeça gigante a ser montados com paciência de chinês e o mais curioso é que não existe uma imagem semelhante à outra o que nos leva a pensar que cada guerreiro daquela época foi modelo para uma escultura. O túmulo foi destruído por um exército invasor que teve informação da existência de outro exército entrincheirado para combate nas proximidades e assim, o túmulo do imperador com seu exército de terracota foi saqueado e incendiado.

No prédio do museu onde se encontra a famosa carruagem de bronze pode-se ver algumas imagens pintadas na cor original e depois da visita assistir um filme em 360° que mostra como se deu a construção e a destruição do Exército de Terracota.
A descoberta deste tesouro aconteceu em 1974, quando os camponeses da região escavavam um poço para abastecimento da aldeia.

Ainda restam escavações a serem feitas numa grande colina onde se acredita está enterrado o imperador. Há também a história de 48 túmulos de concubinas que foram enterradas vivas, assim como todos os operários que participaram da construção, tiveram o mesmo destino, para evitar a revelação da localização dos túmulos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cidade de X´ian - 1ª parte

Nosso destino: Xi´an, antiga capital da China por mais de 4 mil anos, onde está localizado o sítio arqueológico do Exército de Terracota, com mais de 7 mil soldados em tamanho natural. Cada guerreiro é único, com seus trajes, cabelos e feições singulares.Uma imagem inesquecível!


Dia de pegar vôo cedo é sinônimo de noite mal dormida e de sono leve! Acordamos às 4 hs. da madrugada sem a menor necessidade. Nosso vôo para Xi´an sai às 8:20 hs. pela Air China. Pegamos um táxi na porta do hotel. Mesmo com o endereço do terminal anotado em mandarim, o motorista ainda ficou inseguro onde nos deixar pois o terminal é enorme. Que aeroporto bonito! A gente não se cansa de admirar a estrutura moderna e o piso de granito branco que parece um espelho! Nosso portão de embarque era o último do terminal 3 e não sabíamos desse detalhe. Mesmo andando rápido nas esteiras horizontais levamos uns 15 minutos para chegar até lá. Para nossa surpresa, todos os passageiros já tinham embarcado e estavam sentados. Nos acomodamos rapidamente, esbaforidos, sob os olhares curiosos.

O vôo foi tranquilo. O tempo continua cinza, com jeito empoeirado. Entre nuvens já podemos visualizar as montanhas de carster. O curioso é que essas formações de pedra tem vegetação até no pico e nas bases cultivam arrozais irrigados, formando grandes áreas verdes. Estamos encantados com a formação do relevo pois pensávamos que os carster estavam localizados somente nas proximidades do rio Li!

Pegamos o ônibus nº 3, que faz a conexão aeroporto/centro. Começou uma chuva fina e ficamos preocupados em pegar as malas e arrastá-las pela rua encharcada. Para nossa surpresa o ônibus parou na porta do hotel Diamond! Essa foi demais! Ficamos numa avenida movimentada onde tem de tudo: restaurantes, lanchonetes, supermercado, lojinhas de bugigangas e descobrimos que a estação de trem e ônibus fica apenas a um quarteirão. Beleza pura!

Fomos almoçar num restaurante chinês, tipo Fast Food, o Mister Lee. Pedimos arroz com cogumelos e uma pequena acelga cozida inteira. Eles adoram acelga que é a verdura mais utilizada como acompanhamento dos pratos. Parece que nenhum ocidental entrou nesse restaurante um dia! A gente percebe que se em Pekin nós já éramos observados, em X´ian fazemos o maior sucesso por onde passamos! É muito curioso como a gente chama a atençao pela diferença racial.


Acho que a campanha para receber bem os turistas nas Olimpíadas foi eficaz! Sempre tem algum jovem chinês querendo ajudar, quando abrimos o mapa ou fazemos aquela cara de dúvida para onde seguir. O engraçado é que falam pouquíssimas palavras em inglês, mas nem por isso deixam de ser prestativos. Resolvemos pegar um ônibus e descer a grande avenida, para passear pelo centro. Mapa com legenda em mandarim! A alternativa foi identificar o hotel Hyatt e ficamos de olho para saltar na avenida transversal. Milhares de chineses nas ruas!!Descobrimos que o domingo é o dia em que saem às compras e todas as lojas estão abertas ! É uma verdadeira muvuca! Muitos shoppings, grandes lojas, desfile de moda nas ruas, loja com roupas de noiva com modelos vivos na vitrine, lojinhas em liquidação e gente, muita gente prá todo lado. Tentei entrar numa loja que estava liquidando tênis de grandes marcas. Impossível! Um formigueiro de chineses!

Depois de circular pela avenida e nos divertirmos com o movimento, fomos em direção a Grande Mesquita quando nos deparamos com uma rua que vende de tudo um pouco: antiguidades, comidas típicas, artesanato, mercados com souvenirs, mesclados com armazéns de especiarias árabes, pinturas, cerâmicas e bijuterias. É muito estímulo para os nossos sentidos: cheiros variados, sons e muita coisa prá se ver de cores quentes, materiais diversos , aliados a arte e a criatividade! Além disso, carros, motos, triciclos, táxi e muito turista. De vez em quando chuvisco e um festival de sombrinhas saem das bolsas.

Ainda à procura da Grande Mesquita, entramos numa ruela, que é um longo corredor cercado de lojinhas árabes com bancas do lado de fora. Peças de bronze, jade, coral, prata, chales, echárpes, gravuras, jóias e pinturas. Lembrei-me do Grand Bazzar em Istambul e os vendedores nos abordam com suas calculadoras, pedindo que façamos nossas ofertas. Não dá para parar pois o assédio é grande e a gente custa a convencê-los que não dá para comprar tudo que é lindo e exótico. Com um detalhe, se apontar o dedo os vendedores não dão sossego. Melhor olhar sem tocar!

Finalmente chegamos à Grande Mesquita, dentro de um jardim com vários espaços e pequenas construções para uma pausa. Hora de oração. Os homens muçulmanos caminham com a mão no peito em direção à Mesquita de onde entoam cânticos. Os sapatos são deixados do lado de fora. Admiramos a arquitetura do local e voltamos para a rua de comércio onde fotografamos e apreciamos mais um pouco o modo de vida dos chineses.




Voltamos de ônibus para o hotel em vez de pegar um táxi. Achamos interessante experimentar o modo de vida do chinês comum. Estamos encantados com a receptividade do povo, que é alegre e sorridente. No ônibus garotos cederam lugar prá gente sentar. Pequenas atitudes que tem nos cativado.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A inesquecível culinária e modos à mesa do chinês!

Uma das expectativas que tínhamos em relação à China era com a culinária. Fala-se em carne de cachorro, escorpião frito, cobras e lagartos, tudo é valido na mesa do chinês! Naquele dia estávamos na defensiva e fizemos apenas um lanche no horário do almoço, porque com o fuso horário não sentíamos fome e o café da manhã no avião tinha sido bastante generoso.

À noite fomos passear na avenida principal de Beijing, onde estão localizados os grandes shoppings, as lojas de departamento e o famoso mercado noturno numa das ruas transversais. Ali havia muita coisa esquisita exposta e vendia-se espetinho de tudo: uma variedade de frutos do mar, moluscos, bichos da seda, vísceras e carnes não identificadas. Como medida preventiva, compramos um milho cozido e tomamos água de coco.


Para não corrermos risco fomos jantar num restaurante onde serviam sopa de legumes e salada, depois de termos olhado vários cardápios expostos nas portas dos restaurantes, apesar de escritos em mandarim. Decidimos então que só pediríamos pratos que tivesse a foto publicada no cardápio ou que pudéssemos ver o prato pronto e identificar o tipo de bicho servido. Assim foi feito e nessa noite jantamos uma sopa de legumes e um prato de brócolis refogado... uma delícia!

Dia seguinte encontramos um farto cardápio no café da manhã do hotel: arroz cozido na água sem sal, arroz colorido, ovos fritos, ovo cozido no chá verde que fica com uma coloração preta na clara, frango xadrez, macarrão, carne de porco, milho cozido, batata doce, tomate e pepino, melancia e melão. Além de um café com leite, nada parecido com o nosso, chá acompanhado de pão de forma, e algumas bolachas. A coisa estava melhorando e adoramos aquele café mais parecido com almoço reforçado!


Estávamos fortalecidos e, com toda disposição, saímos para uma visita ao parque e depois a Cidade Proibida. Aquele passeio nos deixou com bastante fome e já era tarde quando resolvemos procurar um local para almoçar. Precavidos, procuramos um shopping bem localizado no coração financeiro de Beijing.

A praça da alimentação estava lotada de executivos e outras pessoas que deviam trabalhar em escritórios nas proximidades. Havia uma oferta de restaurantes muito grande, bem proporcional à freqüência do lugar e ali as pessoas escolhiam os produtos para compor seus pratos que eram preparados na hora. Selecionamos um restaurante que oferecia uma variedade de legumes e verduras, cogumelos e algas. Para não haver engano, fomos apontando o que queríamos e a enorme porção foi levada para ser refogada na cozinha. Na verdade, não se tratava deum prato, pois quando fomos chamados pelo número da ficha, veio uma terrina de aço inox lotada de legumes, que delícia!


Pegamos nossas terrinas e o Hashi (palitinhos para comer) e procuramos um lugar numa mesa coletiva, como faziam todos naquele restaurante. Todos entusiasmados, resovemos registrar aquela bela comida, colorida e saudável! A primeira porção que levei à boca, eu me senti como um verdadeiro dragão chinês, pois cuspia brasa por todos os poros e buracos da cabeça, é que a metade do prato veio colorida de vermelho, que pensamos ser tomate, mas era só pimenta da brava! Não entendíamos como todas as pessoas ao lado tinham pratos semelhantes lotados de pimenta e comiam tranqüilamente aquilo. Neste instante duas moças que perceberam nossa aflição explicaram que deveríamos pedir um potinho de arroz para acompanhamento e que isto eliminava o forte ardor da pimenta.


Com os olhos cheios de lágrimas e nariz com coriza, suspiramos aliviados com a solução sugerida e fomos pegar nossos potinhos de arroz, apaga pimenteira, além de uma coca para lavar a garganta! Separarmos todas as pimentas do prato e encaramos os legumes e cogumelos, e mesmo com o arroz, o ardor da pimenta marcava presença! Não demos o braço a torcer, para não fazer feio naquela competição gastronômica. Se fosse uma olimpíada de quem come mais rápido ganharíamos, tamanho a pressa que devoramos aquela comida...

Dizem que chinês ri quando está tudo bem e quando está num aperto, mas descobrimos que também riem quando o aperto é do outro porque todo mundo sabe que pimenta no prato do outro é refresco.


Outro almoço interessante ocorreu a caminho da Muralha. Já havíamos visto em alguns restaurantes chineses, até aqui no Brasil, aquela mesa giratória, mas nunca tínhamos feito efetivamente uso dela de forma adequada e o nosso passeio até a muralha incluía um almoço num restaurante típico. E lá fomos nós dividir aquela mesa rotatória com um espanhol, dois sul-africanos, um singapurense e a mulher, dois filipinos e uma americana com o filho. Onze pessoas a girar a mesa para um lado e outro, quem tem domínio do giro acaba se dando bem, mas tudo correu de forma harmoniosa pois o filipino falava chinês e socorria a todos se comunicando com a garçonete. Os pratos eram à base de legumes, cogumelos, arroz, um peixe pequeno e a porção de pimenta à parte. O fato que chamava a atenção dos ocidentais que estavam à nossa mesa era que nas mesas onde predominavam os chineses os restos de comida se espalhavam por todos os lados da mesa e parecia ter havido uma batalha de travesseiros cheios de alimentos!

Quem vai a Beijing não pode deixar de comer o famoso Pato de Pekin! No nosso último dia na China fomos visitar um Hutong, com comércio de antiguidades e lá também estava um dos restaurantes mais tradicionais da cidade e que servia aquele famoso prato. O horário de pico do almoço havia terminado e poucas pessoas ainda estavam à mesa quando entramos. Com o cardápio à nossa frente pedimos ao garçom, um chinês com rabo de cavalo, bata de seda vermelha e toca na cabeça, que nos servisse a tal iguaria. Confesso que havia uma certa apreensão por causa da experiência apimentada, mas felizmente deu para perceber que o pato estava isento da “marvada”. Começamos a degustar o prato que veio acompanhado de umas fatias de panqueca finíssima, cebola e pepino laminados, acompanhados por um molho cremoso de soja, levemente adocicado e os tradicionais Hashis em substituição aos nossos talheres.


Percebemos que algo incomodava os garçons que sentaram na mesa ao lado e ficaram debruçados nos observando. Não resistindo em ver nossa dificuldade em nos entendermos com os ingredientes, nos deram uma aula de como deveríamos degustar pato de pekin:

1) Abre-se uma fatia da fina massa de panqueca sobre o prato e preenche com a cebola e o pepino fatiado, em seguida uma lâmina do pato regada no molho é colocada sobre eles.

2) Enrola-se tudo e está pronta a panqueca que deverá ser colocada por inteiro na boca!

Depois daquela explicação prática o garçom ficou ao meu lado por bastante tempo, até que deu sua aprovação para a forma como nós preparávamos cada porção.O prato foi relativamente barato, comparado com a tradição do lugar e a aula que recebemos.


Xiê Xiê! Agradecemos ao sair. E assim foi indo nosso regime alimentar na China: verduras, cogumelos, frango e peixe, até mesmo naquele almoço de mesa giratória em Iang Su, onde a mesa era composta por chineses e dois extraterrestres que éramos nós. Aprendemos ali que a refeição na China só é completa se for acompanhada de um SSSHURUUUP que se faz na colher como instrumento de sorver, que a vasillha pequena que nos dão não é para os ossos mas para tomar chá ou refrigerante e que, para manter a tradição, após a refeição, fica o registro da batalha: restos de alimentos espalhados pela mesa, ossos e espinhas colocados diretamente na toalha, aos montes, ao lado do prato. Aprendemos que a mesa redonda é democrática e apesar das diferenças, o ato de alimentar-se em grupo é um momento de confraternização, independentemente da língua e dos hábitos de cada povo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Grande Muralha

Este era um dos sonhos das nossas vidas, um dia conhecer a Grande Muralha da China, uma das 7 maravilhas do mundo! Histórias e mais histórias eram ouvidas a respeito dela e que era a única construção humana que poderia ser vista do espaço, com seus milhares de quilômetros que serpenteiam por desertos, colinas e planícies! Pertencemos àquele grupo de pessoas curiosas, que tem que ir lá para ver, tocar e sentir o cheiro do lugar, e finalmente esse dia chegou!

A Grande Muralha é o resultado da unificação de diversas muralhas que cercavam vários reinos da China Imperial que brigaram entre si por séculos. Foi na dinastia Ming que se realizou a unificação da China e que também unificou as muralhas para transformá-la numa grande fortificação inexpugnável na defesa do território contra os povos do norte, os mongóis e os manchus. A estratégia da muralha foi a de se estender pelo divisor de água de uma seqüência de cadeias de montanhas, cuja parte mais alta está voltada para o lado do possível invasor. Entretanto, nunca imaginei o quanto era difícil chegar ao topo daquela muralha!

Perto de Beijing existem três trechos abertos à visitação. Somente alguns trechos foram totalmente restaurados. Como não sabíamos qual deles era o mais belo ou mais significativo, contratamos uma excursão para aquele que era o mais visitado, porque incluía uma visita aos túmulos Ming.

A distância de Beijing à muralha é de aproximados 120 quilômetros que imaginamos ficar a duas horas de carro de lá. Portanto, nosso microônibus saindo às 8 horas da manhã, chegaria lá por volta das 10 horas. À hora combinada nosso guia apareceu no hotel e fomos os primeiros a entrar no pequeno ônibus. A partir daí começamos as dificuldades para escalar a muralha:

Peregrinação por diversos hotéis para embarque dos hóspedes que estariam na mesma excursão, até completar a lotação, cerca de 1 hora depois.

Iniciada a viagem, paramos numa grande oficina de lapidação de jade nos arredores,para assistir o processo com uma guia local explicando sobre os diversos tipos da pedra e técnicas, passando por uma grande galeria com grandes esculturas entalhadas em vários tons de jade, e na saída, a passagem obrigatória na loja para comprar algum souvenir. As peças são lindas, esculturas belíssimas, mas além de serem pesadíssimas o preço também era pesado!


Seguimos mais um pouco a viagem e chegamos num pátio murado, para visitação ao túmulo Ming. O local é interessante, com muitas explicações do nosso guia, com direito a uma passagem pelo portão com um obstáculo tipo bandeira de porta ao nível do chão, no qual todos os visitantes tinham que dar um pulinho e gritinho significando que um dia voltaremos àquele lugar.

Quando se fala em túmulo não se tem a noção de que se trata de uma grande área com jardins e grandes edificações que lembram palácios, sustentadas por colunas de cedro, com 13 metros para sustentar o telhado, elaborado só com encaixes em madeira, além de todos os detalhes de pinturas em cores no forro. Além da estátua do Imperador Yongle, que supervisionou a construção da Cidade Proibida, o museu nos surpreende pelas belas peças usadas pelos imperadores, adornos, vestes e coroas, em destaque uma coroa em filigrana de ouro com dois dragões!

Seguimos viagem e finalmente a muralha com centenas de turistas ao mesmo tempo, um sol e calor de rachar os miolos e uma fome danada! Quando olhamos a quantidade de turistas naquele vai e vem naquela escadaria íngreme e o tanto que teríamos de subir, nos sentimos como os mongóis, que se aventuraram um dia para vencer aquela fortaleza, e com um detalhe, só tínhamos uma hora e meia para cumprir aquela missão! Diante daquele desafio e da beleza que é a muralha, esquecemos tudo e fomos em frente, ou melhor, acima! Os degraus são de variadas alturas e temos que vencer não só a escalada como o vai e vem de turistas, principalmente os brancos, mais lentos e alguns obesos, que estão rosados e suados! Os chineses também sobem com suas pernas curtas mas ligeiros como formigas!

Finalmente a Muralha da China foi conquistada por nós quando chegamos a torre de observação e lembramos de um provérbio chinês que diz: VOCÊ SÓ SERÁ UM HOMEM COMPLETO SE UM DIA SUBIR A MURALHA DA CHINA.

Eu realmente me senti um homem completo ao contemplar aquela maravilha serpenteando as montanhas com algumas ameias que interrompem o ritmo que a muralha desenvolve. Fotos e mais fotos, filmagens e comentários de admiração para aquele feito do povo chinês. Quem teve a capacidade de construir tão grande obra, poderia com facilidade reconstruir o país da forma como eles estão fazendo!

Hora de voltar e encarar um novo desafio, sob um calor causticante: descer os degraus da muralha...ou melhor desescalar, isso mesmo...cada degrau é diferente do outro e alguns chegam a uns 40 cm de altura! Sendo os chineses de porte baixo, o cara que ia ficar de guarda nas torres vigias deveria ser alguém que estava passando por algum castigo. Nossas pernas ainda tremiam do esforço quando chegamos ao ponto de encontro para seguir de ônibus até o restaurante, roxos de fome e de sede!

Nossa visita à Muralha foi inesquecível mas se alguém tiver em grupo, o melhor é dividir um táxi e chegar lá bem cedo para desfrutar mais da visita, sem a correria e a visita obrigatória a diversas lojas, sem aviso prévio pelos guias.

Da mesma maneira como foi a ida, o retorno não poderia deixar de passar por alguns locais de visitação totalmente desnecessários. Já que estamos lá, apreciamos a confecção de peças em closonné, uma técnica elaborada em peças de latão, onde os desenhos são contornados por um fio metálico delicamente colado e depois habilmente pintados com tinta e queimadas no forno à lenha. Peças maravilhosas que vão desde jarros de dois metros de altura a pequenas peças para elaboração de bijuterias. Na saída, claro, uma loja imensa com milhares de peças. Paramos para admirar as pinturas em papel de arroz e depois recortes de desenhos em papel, uma técnica que exige além de muita habilidade e a paciência de chinês!

Passamos na avenida onde o Estádio Ninho de Pássaro e o Cubo Dágua foram construídos, mas sem direito a parada, pois não permitem a visitação. Tempo só de registrar em foto aquelas construções que o mundo irá admirar nas olimpíadas.

Depois de duas visitações a lojas sem aviso prévio, outra novidade do nosso guia: paramos na famosa casa de chá do Dr. Tea, onde belas garotas vestidas em trajes tradicionais fazem demonstrações das várias maneiras de tomar o chá de variadas origens de plantas, com direito a degustação e aulas de como posicionar os dedos da mão que difere dos homens com os dedos para dentro e para as mulheres com os dedos mindim e anular para fora, além dos diversos e divertidos sons para sorver a preciosidade, de acordo com o tipo de chá. Os preços são caríssimos, uma caixinha mais simples, em torno de R$ 100,00!

Finalmente nosso hotel! Precisamos descansar nossos pés que estão reclamando! Estávamos extenuados mas com o sabor da vitória: alcançamos o topo da Grande Muralha da China e, se puder, um dia requeremos retornar lá!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Beijing - Passeio no Parque e Cidade Proibida

Acordamos com a luminosidade na janela e nos arrumamos para o café da manhã. Quando chegamos na recepção, descobrimos que o restaurante não havia sido aberto pois eram 6:15hs. Acredito que foi a primeira vez que acordei bem disposta tão cedo!

Aproveitamos para dar um passeio no Parque Jing Shang Qian, que abre às 7 da manhã. Ele é contornado por um grande muro e do lado de fora ouvíamos um grito agudo e constante de um homem, mais parecido com um desabafo ou melhor dizendo "como botar os bichos prá fora".

Pagamos um ingresso simbólico na belíssima entrada. Dezenas de senhoras e senhores de terceira idade apresentavam suas carteirinhas e num passo ligeiro saíam em caminhada pelas alamedas e recantos ou subindo os caminhos que levam ao alto da colina. Numa praça várias pessoas fazem exercícios de alongamento, Chi Qung, enquanto alguns praticam sozinhos as séries do Tai Chi, outros ensinam como fazer massagens.

Em outra praça, dezenas de pessoas dançam ao som de uma música chinesa que lembra uma marcha marcial. Um senhor caminha de ré, a passos largos, enquanto outro vestido com luvas tipo boxe, anda como um chimpanzé. Em um refúgio, dois músicos tocam instrumentos chineses e um senhor, bastante idoso, canta uma música que lembra uma ópera chinesa...Cada um faz o que quer e ninguém se importa se há gritos, cantos e sussurros ou se abraçam árvores. Tudo é válido em busca do equilíbrio mental e da saúde

Não resistimos e fizemos alguns exercícios de Tai Chi. Ao final, uma senhora me convidou para sentar ao seu lado e numa comunicação sem palavras, expressava seu contentamento por estarmos ali ao tempo que gesticulava mostrando o cabelo, a face e os olhos, numa referência a nossa diferença de traços físicos. Nada como a linguagem universal do sorriso!

Subimos o caminho que leva ao templo, no alto da colina do parque. É admirável a disposição das pessoas idosas que caminham eretas e, com passos seguros, chegam ao topo da colina sem ofegar! Do alto avistamos a Cidade Proibida, no meio da neblina e da poluição de Pequim.


Dez horas! Atravessamos a avenida e fomos comprar os tickets para visitar a Cidade Proibida. Alugamos um guia com versão em espanhol e iniciamos a visitação atravessando a Porta Shenwu, onde fica o pátio interno e palácios impressionantes pelos detalhes arquitetônicos. O jardim imperial nos encanta pelas árvores seculares, pelas formações em pedras e esculturas. São vários pátios internos e palácios menores, muito juntos, que serviam de residência para as concubinas imperiais e que hoje servem como museus de pintura, jade, esmaltados e antiguidade.

Há uma série de palácios: Palácio da Pureza Celestial, Palácio da Tranquilidade Terrena, Palácio da Eterna Harmonia, Palácio da Longevidade Tranquila e inúmeros Halls, também com nomes interessantes: Hall da Supremacia Imperial, Hall do Refinamento Mental Hall da Paz Imperial e Hall da União. Cada construção tinham funções específicas para o imperador ou as imperatrizes, hoje contém um arranjo de utensílios e móveis usados à época.


As Portas, que na realidade não são portas mas imensos salões que passaram a ser ocupados para banquetes ou usados para ocasiões especiais e celebrações, tem escadarias em mármore, com uma rampa central esculpida com dragões. Era reservada para uso exclusivo do imperador. As esculturas de dois leões guardam a entrada dos salões e uma escultura de uma tartaruga, símbolo da longevidade, que também marca sua presença no pátio. Calderões enormes de bronze se destacam no pátio. O interessante é que tinham a função de guardar água para casos de incêndio.

Foram mais de 3 horas em visitação caminhando no sentido sul. Que sorte termos optado pela entrada norte. Como a Cidade Imperial é enorme, na metade da visitação já começamos a encontrar com as excursões e no final eram milhares de pessoas e o calor abafado começou a pegar. Hora de almoçar e buscar uma sombra!

Pegamos o metrô na Praça Tian'an Men, onde fica o mausoléu do Mao Tsé Tung. Uma aventura considerando que tivemos que comprar o ticket na máquina que aceitava cédulas e sem saber como era o esquema... mas conseguimos e fomos para a rua Wangfujing Dajie pois precisamos de um lugar com ar condicionado para aliviar o calor e descansar. Nada melhor que um shopping para almoçar. Bem, esse assunto sobre nossa alimentação merece um item à parte... Nosso dia já está completo o que vimos hoje é para se lembrar para o resto de nossos dias! Mais um sonho realizado!